sábado, 18 de janeiro de 2020

BROTO DE SONHOS

     No decorrer da vida vamos construindo, através dos passos dados, grandes perspectivas de realização. São nestas projeções que vamos assentando nossos sonhos em brotos de esperança e protegidos pela fé na vida e em si mesma. Vamos criando como deuses aquilo que gostaríamos de ser, de ter e de construir.
      A Maria, menina sonhadora, vai encontrando nas quedas e desilusões a destruição dos sonhos, ela passa a indagar: Céus, por que sempre dá tudo errado comigo? por que meus sonhos ou não se realizam ou demoram tanto, custam tantas lágrimas para visualizá-los? O silêncio que se faz ouvir, faz a menina ir matando na alma os sonhos, como se eles não valessem a pena serem sonhados.
      Insistente a menina indaga ao mar: Mar, em seu vai e vem, por que não traz a mim um pouquinho de sorrisos? por que não me devolve a crença em meus sonhos? o mar murmura, murmura, como se o eco das esperanças de Maria fossem tão constantes quanto ele, mas depois suas ondas quebram na eternidade do grãos como mostrando que o que é para ser será.
      Maria olha para dentro de si, para a força que a unifica e iguala tudo e todos: Tu ai, que tudo sabes e tudo vês, há manifestação de meus sonhos em minha vida? A infinidade de vozes internas, falam em timbres apaziguadores, mostrando a menina que a caminhada é construção e os sonhos não são ilusões, mas a manifestação do que ela pode e deve ser.
      Maria, em sua face lacrimosa, faz brotar um sorriso tímido e esperançoso. Afinal, ela percebe que somos mais do que o aqui e o agora, somos a crescente reconstrução e montagem de várias pessoas e conhecimentos durante a eternidade. Somos como a natureza que, no inverno parece morta, acabada, mas que em seu interior guarda a vida, precisando apenas dos raios do sol-esperança para ouvirmos a sabedoria interna e renascermos em primavera e... a menina Maria renasce para mais um broto de sonhos..
DUCI MEDEIROS

quinta-feira, 19 de julho de 2018

FLORESTA DE ARTE

Entre o verde da floresta
O multicor da arte
Vaga por toda parte
Elas e eu em festa.

Entre as várias cores
A força dos mármores
Esqueço o marco das dores
Deixo surgir lembranças de flores.

Na mente delas surge o conhecer
Esquecem o padecer
Vamos juntas nos deixar crer
Nas alegrias do bem viver.

Com as formas e desenhos
Vamos juntando momentos
Colhendo emoções
Por todos os sons e tons.

A menina travessa
De forma sem pressa
Tai, sempre começa
Com sorriso a conversa.

A jovem morena
De forma serena
Rai, sempre nos encanta
Como doce infanta.

Na arte das cores
Lembrando de amores
Vivendo sem rancores
Vamos nos livrando das dores.

O dia se esvai
Com o sol que cai
As cores mudam
Floresta e arte nos saúdam.
Duci Arruda

quinta-feira, 12 de julho de 2018

TRANSFORMAÇÃO

A natureza é cheia de exemplos de transformação:  a lua que todo mês nasce, cresce, chega a seu maior apogeu e depois se recolhe para renascer novamente. O mar que evolui, toma espaço,  ganha força e profundidade e depois se recolhe para renascer. As matas que acompanham o clima e florescem, brotam, despetalam e recolhem-se no inverno para renascer mais verde e fértil.

A mulher também a cada mês se prepara para acolher a vida, fica fértil e atrativa, depois despetala em ovos e sem fecundação envelhece e depois renasce em criança para iniciar o ciclo.

O homem em sua criação também fez coisas que são exemplo de transformações: a pipoca é o maior exemplo de mudança, de transformação de dentro para fora, como toda boa transformação deve acontecer. O café também representa uma transformação que usa a adversidade para resgatar o que há de melhor em si, seu melhor componente, sabor, aroma e essência.

Mude, transforme-se sempre, transmute suas folhas, galhos, mas mantenha a essência, a raiz de seu espírito divino.

Duci Medeiros

domingo, 30 de julho de 2017

"E a doçura é tanta que faz cócegas insuportável na alma." Clarice Lispector
Quando você absorve o néctar de cada momento...doce ou amargo,
A vida nos fornece açúcar à alma.
Porque com ardor e confiança
Não se tira apenas sementes de pedra,
Saliva-se doçura da mais amarga dor.
Duci Medeiros

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Sejas...Apenas sejas o que és

Um toque de uma criança levada.
Uma gota de uma adolescente nerd.
Um favo de uma mulher madura.
Uma promessa de uma anciã rebelde.
Um instante entre os tempos é o agora.
Tu não gostas do que o tempo faz de ti?
Refaças, recries e transformes.
O instante, o momento, o agora...
Este sim é o único passível de mudança,
É o único prato a ser degustado,
Sopro único de vida real.
Sejas... apenas sejas o que és.
DUCI MEDEIROS

sábado, 8 de outubro de 2016

PARA CONSTRUIR, A LUZ PRECISA BRILHAR



A natureza é um manancial de cores
O homem constrói com seus amores.
Para cor ter poderes
A luz – saber, precisa reter.

Aprender colori a alma
Homem, constrói saberes com calma,
A natureza ensina sem falta
O poder da fé que exala.

Ao colorir o processo de renovação
A natureza emana iluminação
Vamos nos deixar florir na construção
Do conhecimento com inspiração.

A cor na verdade
Transborda afetividade
Com arco-íris de vontade
Vamos satisfazer necessidade.

A construção do saber
Livra da escravidão o ser
Para a cor se manter
Luz do saber precisa conter.

Enquanto colori a vida dos seres
A natureza constrói poderes
Enquanto constrói saberes
O homem destrói deveres.

A natureza constrói ao brincar
Faz com luz o seu brilhar
Para o saber Iluminar
Conhecimento devemos criar.
DUCI MEDEIROS

segunda-feira, 25 de julho de 2016

A Poeta

Neste dia singelo
Quero dizer algo belo
Não que palavra vá desenhar
o castanho escuro de seu olhar.

A poeta vou homenagear
Com esses versos a domar
sem liberdade de errar
Para dela falar.

Ao papel indomável
A alma amável
Que as palavras não sumam
Nem emoções fujam.

Cante meu pardal
Livre pelo mundo
Deixe no papel
amor por um segundo.

Pinte donzela
Pela vida bela
Palavra mais singela
Que a aquarela.

Agora me calo
Para que o mundo a ouça
Para que a vida a leia
meu lápis tateia.

Duci Medeiros