No decorrer da vida vamos construindo, através dos passos dados, grandes perspectivas de realização. São nestas projeções que vamos assentando nossos sonhos em brotos de esperança e protegidos pela fé na vida e em si mesma. Vamos criando como deuses aquilo que gostaríamos de ser, de ter e de construir.
A Maria, menina sonhadora, vai encontrando nas quedas e desilusões a destruição dos sonhos, ela passa a indagar: Céus, por que sempre dá tudo errado comigo? por que meus sonhos ou não se realizam ou demoram tanto, custam tantas lágrimas para visualizá-los? O silêncio que se faz ouvir, faz a menina ir matando na alma os sonhos, como se eles não valessem a pena serem sonhados.
Insistente a menina indaga ao mar: Mar, em seu vai e vem, por que não traz a mim um pouquinho de sorrisos? por que não me devolve a crença em meus sonhos? o mar murmura, murmura, como se o eco das esperanças de Maria fossem tão constantes quanto ele, mas depois suas ondas quebram na eternidade do grãos como mostrando que o que é para ser será.
Maria olha para dentro de si, para a força que a unifica e iguala tudo e todos: Tu ai, que tudo sabes e tudo vês, há manifestação de meus sonhos em minha vida? A infinidade de vozes internas, falam em timbres apaziguadores, mostrando a menina que a caminhada é construção e os sonhos não são ilusões, mas a manifestação do que ela pode e deve ser.
Maria, em sua face lacrimosa, faz brotar um sorriso tímido e esperançoso. Afinal, ela percebe que somos mais do que o aqui e o agora, somos a crescente reconstrução e montagem de várias pessoas e conhecimentos durante a eternidade. Somos como a natureza que, no inverno parece morta, acabada, mas que em seu interior guarda a vida, precisando apenas dos raios do sol-esperança para ouvirmos a sabedoria interna e renascermos em primavera e... a menina Maria renasce para mais um broto de sonhos..
DUCI MEDEIROS