Ainda na
alfabetização da escrita, apaixonei-me por Clarice
Não
apenas por seus textos, mas por sua visceral necessidade de escrever
Sua
paixão pelo silêncio e sua intimidade com as palavras.
Clarice
ordena: “renda-se, como eu me rendi”
Eu luto
com a vida em uma guerrilha contínua
Fazemos
uso de várias armas e estivemos em vários lados
Fomos adversárias,
parceiras, comandadas e comandantes.
Clarice
pede: “mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei”
Eu
respiro o desconhecido, sou sua amante insaciável,
Ele me
alimenta e me anula em uma espiral de sensações.
Mergulho
em seus labirintos a fim de me encontrar.
Clarice avisa:
“Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”
Eu sei
que nunca vou entender
Porque
não busco respostas, aprendo a perguntar.
E neste
abandono ao não saber eu aprendo e ensino a procurar.
Ainda
soletrando a poesia, odiei a narrativa de Clarice
Não
apenas sua incompletude, mas sua virginal complexidade.
Seu amor
pelos sentidos e sua proximidade com minha alma.
DUCI
MEDEIROS
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