terça-feira, 15 de dezembro de 2015

VENTO DA ETERNIDADE

Sou mais do que você pensa,
Mais do que os olhos veem,
Mais do que eu queira,
Sou a vírgula entre as palavras,
O intervalo entre o silêncio,
Sou o meio sorriso
O brilho no olhar de quem sorrir.
Sou a poesia
as notas musicais.
Sou a tinta que molda o pôr do sol
O nada a espera
Ou o tudo que nega.
Sou a aprendizagem e o conhecimento.
Sou a palavra e o silêncio.
Sou simplesmente o papel
Onde Ele escreve
Sou o início do tempo
Jogada ao vento da eternidade.
DUCI MEDEIROS

PRONTA PARA O QUE FOR

Na tempestade da vida
Encontro-me esmagada pela dor.
Os relâmpagos da crítica
Os trovões de lembranças
Vem a chuva de lágrimas.
Quero que o arco-íris da esperança
As sementes do bem cultivado
Tragam o cheiro de renovação
Os frutos da bonança.
As cicatrizes das águas
Não inibem os frutos da fé.
Os vales da dor
Abrem caminho para o eco do riso.
Que a sombra do passado
Não me impeça de perceber a luz.
Que das lembranças tempestuosas
Eu encontre o caminho da alegria.
As raízes de minhas emoções
Resistentes e fortes
Não perdem a leveza e frescor.
Adaptáveis a novas ações
Receptíveis ao amor
E prontas para o que for.
DUCI MEDEIROS

sábado, 12 de dezembro de 2015

SILÊNCIOS QUE CICATRIZAM

Não são os grandes feitos que fabricam as maldades,
São as ações do dia a dia que abrem caminhos para o mal.
Não são as miúdas ações do quotidiano que criam os vales de dor da alma,
São os pequenos instantes de indecisão que os abrem.
Não são as ações do outro que cavam nossa dor,
São nossos medos de agir, reagir que nos paralisam.
Não são os ecos do dito que nos traumatizam,
São os silêncios que cicatrizam.
Silêncio paralisante vai consumindo a esperança, grão a grão.
O não agir que diminui a transformação.
O silêncio que interdita a ação.
Os olhares que congelam qualquer reação.
Não são os outros nossos inimigos
Somos nós mesmos que sabotamos o riso,
Impedimos a luz de iluminar nossas auroras
Sacrificamos as verdades que chegam com o luar
Punimos as alegrias que sinalizam com as alvoradas.
Que a alma sabotadora seja aniquilada
Pela oração ratificadora.
Pela esperança renovadora
E pela ação do tempo reparador.
DUCI MEDEIROS

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

APRENDIZES

Somos aprendizes da vida
Descobrimos novos fazeres
Encontramos diferentes pensares
Reencontramos saberes adormecidos.


Queremos construir edifícios
De saberes, conceitos e certezas,
Mas estamos constantemente demolindo
verdades, conhecimentos e pensares.

Somos mais do que pensamos
Mais do que o outro vê
Menos do que supõe quem nos ama
E infinitamente melhor diante de Deus.

Queremos construir catedrais
De sentimentos, lembranças e emoções,
Mas estamos eternamente solitários
Carentes de olhares, palavras e carinhos.
DUCI MEDEIROS