quarta-feira, 25 de setembro de 2013

AME INTENSAMENTE E VIVA PLENAMENTE

Wenia Alves, a ti cedo meu espaço, faço minhas as tuas palavras e, principalmente, contribuo para que esta alma se expresse e grite alto o seu valor.

"Viver...
É Estar na vida sem pensar no amanhã.
É andar e correr,
Sorrir e chorar,
Sonhar e realizar.
É amar sem perceber
Cantar, dançar e de tudo desfrutar
De tudo que a vida tem para dar.
Amar...
Amar é viver sem perceber
É lutar sem medo de perder
É sonhar, querer e fazer
Para seu sonho em sua vida, viver.
Amar é assim...
Ter atitude!
Para muitos sem sentido
Mas para quem acredita
Amar é simplesmente Amar
A si e ao outro
Com a mesma intensidade.
E a mais pura verdade.
Ame intensamente
E viva plenamente."
Wenia Alves

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

CONTRADIGO A MIM MESMA PORQUE SOU VASTA



Esta manhã, antes do alvorecer, saí a varanda para admirar o céu colorido e vasto e disse à minha alma: Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos? E minha alma respondeu: Não, uma vez alcançados esses mundos prosseguiremos no caminho.
É assim que me sinto a cada descoberta, como se estivesse dentro de um buraco negro que me consome e esvazia a cada preenchimento de saber. Como bem disse Sócrates “Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa”. Mas por que será que não me sinto com vantagem alguma, pois parece que quem nada sabe é mais leve, menos compromissado com a vida, suavemente ignorante das consequências dos atos e pensamentos.
Quem disse que o descontentamento é o primeiro passo para a evolução de um homem não sabe o que estava dizendo, pois vivo descontente com o que sei, com o que vivo e sempre em busca de algo mais e sinto-me como se a evolução estivesse a anos luz de mim.
Quando eu era jovem pensava que o conhecimento era a coisa mais importante do mundo, hoje estou particularmente propensa a achar que a ignorância é que é a coisa mais importante do mundo, pois faz com que a criança ignore o perigo e siga a intuição em busca do desconhecido, esqueça a realidade e busque as respostas para as pequenas perguntas e, principalmente despreze as verdades professadas e procure descobrir os pequenos mistérios do mundo (que na verdade são as maiores e mais complexas verdades, pois a sabedoria vive na simplicidade).
Lembro de ir trabalhar porque a abelha atarefada não tem tempo para a tristeza, sigo aos afazeres cotidianos e esqueço os mistérios da alma, pois sinto que se eu persistir na louca busca das verdades posso tornar-me sensata e viver só da matéria. Mas sei que não seria capaz de esquecer os mistérios da vida, as agruras da busca espiritual e as conquistas dos pequenos erros, pois eles são os portais das grandes descobertas.
Alvorecer, tu fizeste que eu confessasse os pavores que tenho, mas vou dizer-te calidamente que não me apavoras, não tenho medo de estar sozinha, de esquecer o caminho, nem de lembrar somente dos erros, pois não tenho medo de cometer erros, um erro é uma alegria que nos precipita no abismo da aprendizagem sobre nós mesmos.
Quem não souber povoar a sua solidão com a imaginação não pode ser chamado de poeta, pois só é solitário o homem que não tem coragem de conhecer seus múltiplos eus.
DUCI MEDEIROS

ANDORINHA DA FÉ



SOU A ANDORINHA DA FÉ
VOANDO NA SOLIDÃO
ENCONTRANDO NA LUZ
A ETERNA GRATIDÃO.

SOU O CORPO DAS INCERTEZAS
VAGANDO NA MULTIDÃO
ENCONTRANDO NA DEUSA
A ETERNA HUMANIZAÇÃO.

SOU A ÁGUA DA MUTAÇÃO
VIAJANDO NO CONHECIMENTO
ENCONTRANDO NA LUA
A ETERNA LEI DO RETORNO.

SOU A FLUIDEZ DA MAGIA
VENDO NA NATUREZA
O ENCONTRO DA  LUZ E DA DEUSA
NO ETERNO CICLO DA VIDA.

A CADA PALAVRA - O SILÊNCIO
A CADA SILÊNCIO - UM SABER
A CADA SABER - UMA LUZ
A CADA LUZ - UMA MUDANÇA.

SOU A PALAVRA
REPRESENTO O SILÊNCIO
VISUALIZO O SABER
A CADA INSTANTE DE VIDA
SOU AGENTE DA MUDANÇA. 

DUCI MEDEIROS

PROFESSOR! DÓI, O SILÊNCIO QUE TU FAZES




 PROFESSOR! DÓI, O SILÊNCIO QUE TU FAZES
Professor, a mordaça está se alargando.
Ao teu corpo se arredando.
A rotina de sala, caderneta, ida e vinda.
A tua voz é calada e quando incontida se rompe
O teu ouvinte é surdo e ignora o eco das harpas sem cordas.
Os alunos atordoados foram toldados como os mestres.
Toldados de turmas, horários, conteúdos e oportunidades.

Professor, o teu silêncio é uma carícia na face do predador.
O coração dos alunos e a memória da categoria são carne sangrando.
Sangra também a esperança de mudança e união.
É hora de atitudes, vozes ecoando e passos se unindo,
Mas tu calas.

Dói professor, vê tua inércia 
Teu carrasco se alonga, ganha espaço
Tua alma é caverna da dor e do silêncio.
E os sonhos, mestre, são tristes enganos,
Adormecem em salas lotadas.
Bolsos vazios e almas lacrimejantes.

O abandono dos valores, respeito e direitos.
As ruínas que sobram como resultado da profissão.
São sombras e poeira ao vento do esquecimento.
Assim como a vontade de seguir professorando.

O eleito pelo povo silencia a voz dos mestres.
Amordaça sua energia e vontade laboral.
Com uma lágrima vergando a face.
Um silenciar de desejos e anseios
O professor, que deixa atingir tua alma, teu bolso e tua dignidade.
Silencia e cala fundo. Cala professor!
Dói, o silêncio que tu fazes....
DUCI MEDEIROS

sábado, 7 de setembro de 2013

ESCULPINDO DESTINO



Pelas horas da madrugada, quando o silêncio do vento toca a escuridão dos pensamentos venho encontrar uma inquieta e persistente ideia. Ideia esta que implica em se aprofundar e chafurdar em busca de argumentos e justificativas para sua existência.  Você me indaga qual ideia é esta que se agiganta dentro de meu ser impedindo-me de trabalhar em meus textos pela madrugada adentro como de costume. Entre as palavras do direito tributário da tese de doutorado que reviso e as pesquisas sobre a cultura italiana a respeito da linguística textual para a tradução do artigo científico, surge e agita-se em minha mente a ideia de esculpir meu destino em forma de escolhas diferentes.
Desde minha tenra infância e adolescência venho investindo nas escolhas do estudo e do trabalho honesto e muitas foram as conquistas que estas escolhas foram trazendo para o meu cotidiano e das pessoas que me cercam. No entanto, sinto que algumas delas fazem com que eu seja cercada pelo trabalho solitário diante do computador e das páginas dos livros. Preciso esculpir meu destino por escolhas que tragam braços e sorrisos pelas minhas madrugadas.  
O questionamento é sobre minha necessidade de ser solitária, de trabalhar e estudar. De ser tão independente que invariavelmente afasto as pessoas do meu convívio. A quem interessaria saber que afasto aqueles que amo, que sei que podem conviver com pessoas menos compromissadas com sua jornada particular, mais abertas às frivolidades da vida, ao risco dos afetos simplórios do cotidiano.
 Cresci entre a labuta e os estudos e por vezes neguei a mim mesma as palhaçadas e infantilidades próprias da infância e aos tropeços e brincadeiras da juventude. Somos o que fazemos o tempo todo e nossas escolhas acabam por esculpir o nosso destino. Preciso esculpir um destino mais leve como o vento, suave como as pétalas das flores silvestres. Preciso aceitar o teu carinho como a areia da praia aceita entregue, a doce carícia das águas do mar.
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, aquelas que se ajustam perfeitamente ao nosso corpo, que nos levam confiantes onde sabemos que devemos ir. Devemos abandonar nossos caminhos confiáveis e nos aventurar pelo desconhecido, tanto por emoções inusitadas da aceitação da dependência do outro quanto à aceitação da confiança nos sentimentos alheios. É o tempo da travessia, de largar a estrada confiante da solidão e independência para a margem incerta de compartilhar os momentos e a vida com alguém? Mas resisto em ousar fazê-lo, tenho ficado à margem de mim mesma.
 “O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove”. Como devo esculpir meu destino? devo aceitar compartilhá-lo com você ou seguir pela estrada segura e confiante de minha solidão?
DUCI MEDEIROS