quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ELA

Ela é uma pessoa de dentro pra fora
Sua essência está queimando na alma
Escorre como larva pelo olhar
Nos embriaga e confunde.

Ela corre com passadas serenas
Viaja pela velocidade do abrir de pétalas
Rompe os silêncios como trovão em tempestade
Nos aprisiona e silencia.

Ela senta no silêncio da busca
Amarga a dor das incertezas
Mas aceita a certeza da verdade
Nos encanta e afasta.

Ela agarra as emoções
Com a força da maré
Com a suavidade da brisa
Nos enternece e suaviza.

Ela é somente ela
Com a inconstância da vida
Com a verdade dos sonhos
Nos apaixona e liberta.

DUCI MEDEIROS

MORENA

Como uma jovem rosa a desabrochar
Ela vem com sua doçura a rebolar
Faz cara de dengo quando venho a falar
Em  pecado, desejo ou amar.

Esta morena
Com pele dourada a vicejar
Com negros cabelos a balançar
Com os lábios a se apertar.

Morena, sorria para a vida
Deixe a menina dormir
Desabroche como a rosa
A delicadeza da mulher.

Não chores morena
Deixe os lábios beijar a vida
Deixe o corpo acariciar os sonhos
Permita que a alma encontre a paixão.

Morena...Morena
Encontre o pecado na vida
Com a pureza de um anjo sapeca
Morena...Menina...Mulher.

DUCI MEDEIROS

HOJE

Hoje, gritei no silêncio
Chorei com lágrimas silenciosas
Amei a sombra de tua lembrança
Vivi a penumbra de uma emoção.

Hoje, a alegria da gargalhada
Morreu na garganta esmagada
Esmagada pela dor da tua ausência
Silenciada pela voz do desejo insaciado.

Hoje, não mais vi a aurora do teu olhar
Encantar minh'alma com doçura
Fazer viajar minha emoção
Pelo vulcão da paixão.

Hoje, não mais senti teu corpo
Aquecer e confortar o meu
O cheiro da paixão silenciou
A força do desejo não chegou.

Hoje, não mais você
O  semblante da agonia
Tomou conta de mim
O silêncio dos afetos me afogou.

Hoje, morro na ausência
De mim e da emoção
Sem você sou menos que lembrança
Sem você sou eterna criança.

Hoje, a mulher dormiu
Afogou as lágrimas
Esqueceu a paixão
Viveu de ilusão.

Hoje, nada...
Hoje sou esquecimento
Lembrança do que não existiu
Nada... sou hoje.
DUCI MEDEIROS