domingo, 20 de julho de 2014

LUTO

Esta semana as letras brasileiras estão de luto.
Nossa literatura perdeu três mestres da pena,
Almas iluminadas pelas palavras,
Brasileiros abençoados pelo pensamento lúdico.

Ficamos órfãos do Sorriso do lagarto,
Lagarto que fez viver o povo brasileiro.
Ubaldo Ribeiro nos deixa um dia
Sem sua brasilidade e criticidade.

Em outro alvorecer ficamos
Sem um teólogo, educador, cronista e romancista
Rubem Alves nos deixa sem o seu filosofar
Sem sua crônica e arte de falar.

Num entardecer o céu de Pernambuco chora
A natureza do sertão fica molhada de lágrimas
O nordeste, o Brasil e o mundo ficam órfãos de causos
Sem a força do agreste falar de Ariano.

Hoje a língua portuguesa fica mais pobre,
A literatura menos genial,
Mas o consolo é que o panteão de "penas" brasileiras
Cresce no céu e nos ilumina e inspira.

Os lenços balançam, as folhas em branco,
As penas caídas e uma lágrima reprimida,
Sentida e solitária molha o vazio do papel.

Nós, professores, poetas e povo mais pobres nos sentimos,
Solitários e com menos inspiração para a palavra.
Que o lápis caia, que a folha no vazio se perca,
Que o luto da língua se faça.
DUCI MEDEIROS

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