PROFESSOR! DÓI, O SILÊNCIO QUE TU FAZES
Professor, a mordaça está se
alargando.
Ao teu corpo se arredando.
A rotina de sala, caderneta, ida e
vinda.
A tua voz é calada e quando incontida
se rompe
O teu ouvinte é surdo e ignora o eco
das harpas sem cordas.
Os alunos atordoados foram toldados como
os mestres.
Toldados de turmas, horários,
conteúdos e oportunidades.
Professor, o teu silêncio é uma carícia
na face do predador.
O coração dos alunos e a memória da
categoria são carne sangrando.
Sangra também a esperança de mudança
e união.
É hora de atitudes, vozes ecoando e
passos se unindo,
Mas tu calas.
Dói professor, vê tua inércia
Teu carrasco se alonga, ganha espaço
Tua alma é caverna da dor e do
silêncio.
E os sonhos, mestre, são tristes
enganos,
Adormecem em salas lotadas.
Bolsos vazios e almas lacrimejantes.
O abandono dos valores, respeito e
direitos.
As ruínas que sobram como resultado
da profissão.
São sombras e poeira ao vento do
esquecimento.
Assim como a vontade de seguir
professorando.
O eleito pelo povo silencia a voz dos
mestres.
Amordaça sua energia e vontade
laboral.
Com uma lágrima vergando a face.
Um silenciar de desejos e anseios
O professor, que deixa atingir tua
alma, teu bolso e tua dignidade.
Silencia e cala fundo. Cala
professor!
Dói, o
silêncio que tu fazes....
DUCI MEDEIROS
DUCI MEDEIROS
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