sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

JAZ

Despeço-me do pudor na minha glória
Deixo-me alada louca, sem memória
Nudez nascida para história
Uma tentação que desafia a pureza.

Na cor rósea do seio que tenta
Pede, clama uma carícia,
No alto, rente, palpitante do ventre
Um exemplo de fêmea em chamas.

Numa cegueira fácil de vitória
Humaniza contente toda história
Que a fêmea foi feita sob medida
Para os laços e as fitas do amor sem memória.

Enquanto o sangue esquenta o corpo
Veste de inocência a alma
Com instintos presentes
E pensamentos ausentes.

Belo animal que foge ternamente
Abandonando docemente a presa
Nos círculos da paixão ainda presente,
Na carícia final onde a sombra do tempo se faz.

Como uma roseira campestre
Que abre suas pétalas e exala
Depois murcha e morre
No túmulo assim eterniza:

Jaz aqui uma fêmea, fogo e paixão
Que na pureza do momento eterniza
O amor e o tormento.

Duci Medeiros

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