domingo, 20 de janeiro de 2013

DESERTO

Minguar, fundir-se sob a luz que jorra
Derreter perante um sol escaldante.
Perder a consciência, bem como a nuvem
Pequeno floco de neve que dá sombra.

Tropeçar em sombras escabrosas
Assentar-se no limiar do desespero.
conhecer a beleza que não morre
Olhando aos pés, grãos cristalinos que queimam.

A luz do altar da fé
Seco a míngua de água, se consome.
É que o lírio da fé já não renasce
Ante os olhos do vago peregrino.

Os lábios sangram.
Os olhos alucinados
Vêem Deus tapar com a mão
O sol abrasador.

Que importa? havemos de passar, seguindo
Não pelo caminho do inferno na luz,
Mas pelo horizonte estrelado
Que a fria mão toca vênus.

Se não tens que esperar do céu
Água para matar tua sede
Num esforço supremo de alma heróica
Prende a imensidão eterna
Em teu olhar Sepulcral.

Duci Medeiros

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