sábado, 18 de maio de 2013

PALAVRAS NADA FALAM



Eu, filha da lua e do mar,
Corpo que cai e tateia,
Sofro, desde a tenra infância,
Em busca dos porquês da vida.

Sobe-me à boca uma ânsia de dizer
Cala-me na alma o silêncio da ignorância.
Ando a espreitar meus olhos pelo mundo
Como um fantasma que busca na solidão
O pergaminho das respostas.

Ninguém assistiu à morte do silêncio,
Enterro de tua ignorância.
Somente a palavra – esta inquieta –
Foi tua companheira inseparável!

Nunca fui como criança
Nunca tive muitos amigos.
Tive somente a certeza das perguntas
E absoluta desconfiança das respostas.

Não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi na solidão.
A observar e encontrar a fé.
Não nos outros e em suas certezas,
Mas no silêncio e suas dúvidas.

Fiquei então sem fé,
A toda gente, falo palavras sem sentido.
Nego o silêncio, pois é uma ilusão e mais nada!
E grito então, ao silêncio das certezas
Que as palavras nada falam.

DUCI   MEDEIROS

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