segunda-feira, 20 de maio de 2013

VIR A SER

Eu sou a gota d'água que caiu no lago - o mundo,
Uniu-se, identificou-se, absorveu e absorveu-se no mar da vida.
Eu sou o sopro do vento que singrou nos recantos da vida
Que aqui estando fui recebida inquietamente.
Eu sou a chama do fogo que aquece e se consome
Na tentativa e na realização de marcar e ser marcada.
Eu sou um vago instante no tempo
Que passa e pouco fica,  mas que leva cicatrizes  - ideias e conhecimento.
E comunica-se com a transformação do outro e de si mesma.
Sou a palavra dita num instante de inspiração
Ou calada na eternidade da dúvida.
Sou o não-dito intemporal
que se faz presente nas incertezas humanas.
Sou o poema que ficou esquecido na página em branco.
A rima que perdeu-se na tinta do cotidiano
O soneto incompleto na madrugada da vida.
Sou a natureza imperfeita que ficou esquecida
No tédio da vida.
Sou ninguém na imensidão humana
Sou uma gota no oceano de insignificância
Sou mais do que tu pensas
Sou menos do sei
Sou... não importa muito o que sou.
Apenas quem posso vir a ser,
Mas será que há um vir a ser?

DUCI MEDEIROS

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